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Eurico Miranda Eurico Miranda
Foto: Celso Pupo

Nesse mês de dezembro, a torcida vascaína se permite, com saudosismo, comemorar 19 anos do tricampeonato brasileiro e 16 anos da Virada do Século. Infelizmente, trazendo à realidade atual, senão rememorarmos datas como estas, longínquas, há muito pouco ou nada para louvarmos no nosso futebol.

Se os torcedores mais antigos tiveram o prazer de gozar duradouras épocas áureas, desde a virada do milênio a nau cruzmaltina, buscando encontrar destino seguro, segue cada vez mais desnorteada. 

Contudo, não obstante os grotescos erros passados - que dispensam ser discorridos a fundo -, temos o desprazer de suportar mais uma gestão do coronel Eurico Miranda. Mas onde este senhor, que tanto desprazer nos deu, encontra legitimidade para se perpetuar no poder?

Relembrando também 16 anos da virada do milênio, somente o presidente Calçada salvou este período sombrio no Vasco da Gama, conquistando significativos títulos. Daí em diante, a nau perdeu o controle e seguimos em ondas nada costumeiras. Veio o senhor Miranda, inflamado de autosuficiência, montando times medíocres, sustentados por meras apostas que nunca vingaram, a não ser na sua utopia, e nos levou ao primeiro rebaixamento (2008)

Logo após, Dinamite, nosso ídolo dentro das quatro linhas. Dotado de muitas boas intenções, com expectativa elevada e discurso ponderado, tentou dar a sua parcela de contribuição. Resultado: fracasso. Afinal, jogar futebol com maestria e administrar um clube centenário é algo bem distinto. Mas, ainda assim, destacamos o título da Copa do Brasil e boas contrataçõoes, como Felipe, Juninho, Dedé, Anderson Martins e Diego Souza.

Porém, tudo isto não foi suficiente e, numa eleição turbulenta, eis que retorna o sombrio Eurico Miranda. Aproveitando a deixa de mais uma gestão trágica, agora com Roberto Dinamite, o mandatário, que chegou com discrição, aos poucos veio roubando novamente a cena, com o discurso de que "o respeito voltou" - suficiente para nos ludibriar e esquecer todo o seu passado recente.

Agora, depois de mais um rebaixamento, o mesmo Eurico, que duvidava de sua parcela de culpa em rebaixar o Vasco em 2008, e se contentar em atiçar os rivais somente em época de Carioca,  anuncia que, mesmo depois de outro revés, e uma ascensão à Série A com o clube nem mesmo conquistando o título, que será candidato à reeleição.

Muitos vascaínos me relatam, desta vez, ser impossível outro mandato. Mas, não. Acreditem: é muita ingenuidade pensar assim. Curiosamente revendo o plano de sócios vascaíno, fui procurar me associar e saber sobre o processo de como poder votar e participar das decisões do clube. Para minha surpresa, Eurico, em 2014, aboliu esse direito do sócio vascaíno, alegando que não tínhamos capacidade de decidir bem. 

Já não bastava uma eleição extremamente conturbada, em que até mortos puderam votar, impedir que novos sócios escolham o dirigente vascaíno é uma tentativa absurda, aos nossos olhos, de implantar uma ditadura Miranda e se perpetuar no poder. Afinal, quem terá direito à escolha são estes mesmos que o legitimaram e perderam a oportunidade de testar um nome interessante como o de Julio Brant. Esperança é o nosso lema e de fato o nosso amor é infinito, mas, dentro dessas condições, nos preparemos para um cenário nada motivador.

Lamentável. Aguardemos.

Saudações vascaínas


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