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Derrota lamentável ontem na Ressacada. Sim, porque embora o Vasco tenha empatado, a sensação é de derrota e de que não vai ser possível sair dessa. Por mais que o empate no finalzinho nos deixe decepcionados, o time fez por merecer tudo o que aconteceu ontem. Mas como um time que dominou completamente o Avaí no primeiro tempo conseguiu ser completamente dominado no segundo? E aí é que entram os fatores "internos" de uma derrota.

Antigamente, nações guerreavam contra nações em busca de domínio territorial e as lutas eram sangrentas, difíceis e às vezes levavam anos para que um lado fosse vencedor. Em raros casos, as lutas eram rápidas e silenciosas, mas normalmente isso acontecia quando um exército era exponencialmente superior ao outro ou quando alguém de dentro ajudava o outro lado por vazar informações importantes ou dar conselhos errados, o que fatalmente levava um exército à derrota. Esse segundo fator costuma ser chamado de "fogo amigo": alguém de dentro lutando contra o seu próprio exército.

Ontem, pelo que estava jogando no primeiro tempo, era quase impossível o Vasco perder a partida. Eu disse pelo que jogou no primeiro tempo. O segundo tempo foi ridículo. Era o Vasco do primeiro turno em ação, mas isso não foi por acaso. Ontem, podemos jogar mais uma na conta do Jorginho. Ele foi o responsável pelo primeiro "fogo amigo" ao colocar Serginho em campo. Serginho errou uns 3 passes na defesa antes dos 10 minutos e dominou umas 2 bolas de canela que resultaram em contra-ataques desnecessários. E se a intenção do Jorginho foi tirar o Bruno Gallo por causa do cartão amarelo, Serginho aos 13 minutos já estava amarelado também. Ou seja, perdemos a boa saída de bola que tínhamos com o Gallo para ficar com o Serginho brucutu amarelado quase todo o segundo tempo e ainda entregando a rapadura diversas vezes.

Jorginho resolve tirar o Jorge Henrique para colocar o Rafael Silva. Até aí, nada de anormal, substituição correta e esperada, ao meu ver. Mas Rafael Silva, nas duas oportunidades em que apareceu, resolveu entrar na fogueira amiga: Não tocou a bola para Nenê fazer o gol e ainda foi expulso de forma inadmissível para um jogador que atuava sob efeito suspensivo. No final, Rafael Vaz, que fazia uma partida impecável, deu uma pixotada pra cima e não marcou André Lima no lance do empate do Avaí. Jorginho achava que o jogo estava ganho e baixou a guarda, assim como todo o time. E ficou com tanto medo de perder depois do empate que colocou mais um zagueiro para garantir UM ponto. Foi uma derrota na conta da soberba aliada à covardia.

Restam agora 9 rodadas e precisamos de 5 vitórias e dois empates para ter alguma chance de sair do calvário. Com incontáveis erros já cometidos no primeiro turno, o estoque acabou e qualquer falha a partir de agora pode sepultar as chances de sair do Z4. O time não é ruim: também não é uma Brastemp. Por isso não é hora nem de covardia nem de soberba; é hora de jogar pra vencer em qualquer estádio, contra qualquer time. Perder faz parte, mas a essa altura se torna um desastre para o Vasco. Sem fogo amigo já será difícil, imagina com "infiltrados" no clube...

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