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A Antropologia é uma ciência que estuda o comportamento do homem na sociedade. De acordo com o comportamento da sociedade, é possível prever quais serão as consequências que as ações de agora terão no futuro. Uma das regras usadas para isso é a Regra da Pìrâmide. Essa regra consiste em estudar qual o impacto de pequenas ações em conjunto que culminam em um acontecimento marcante. Ao identificar que ações levaram a um acontecimento, é possível se planejar e, ao identificar quaisquer desses sintomas, trabalhar para erradicá-los e evitar um acontecimento indesejável. A Regra da Pirâmide pode ser usada em muitos campos da vida, inclusive, adivinhem... No futebol.

O primeiro rebaixamento do Vasco, em 2008, aconteceu devido a uma série de fatores. Cenário político conturbado, contratações sem critérios definidos, mudança na presidência, troca de técnicos, apostas que não deram certo... Enfim, tudo culminou no rebaixamento do Vasco para a série B do Brasileirão. O time começou até bem o ano, chegando às semifinais da Copa do Brasil perdendo nos pênaltis para o Sport, dando indícios de que o time era competitivo. Mas o final todo vascaíno sabe qual foi.

Todas as ações citadas acima acabaram levando ao vexame de 2008, mas a pergunta é: Será que a lição foi aprendida? A receita para o desastre estava dada, a partir de então era evitar os mesmos erros para não ter o mesmo fim.

Em 2013, no segundo rebaixamento, começamos o ano muito bem: o time se classificou para a final da Taça Guanabara com uma grande vitória contra o Flu. Mas sucumbiu ao bom time do Botafogo e perdeu. O técnico do Carioca era Gaúcho, mas após resultados ruins na Taça Rio Paulo Autuori foi contratado. E o time para o Brasileirão? Contratamos Cris (36 anos), Edmilson (30 anos), Juninho Pernambucano (37 anos), Guiñazu (35 anos) e algumas apostas, como Filipe Soutto, Willie... enfim. No meio do campeonato, Autuori abandonou o barco, Dorival Júnior foi contratado, dispensado, Adílson Batista veio... No fim, o Vasco foi novamente rebaixado.

No ano passado disputamos a série B com um time considerado técnico, mas sem a pegada exigida na segunda divisão. O time rebolou, sofreu, mas subiu em terceiro lugar, em meio eo turbilhão político por causa das eleições no clube. Daí, o ex-presidente que afundou o clube, tendo participação decisiva no rebaixamento de 2008, volta como Salvador da Pátria, dizendo que o tal "respeito" havia voltado e que enquanto ele estivesse no poder, o Vasco jamais passaria vergonha.

Não vou aqui delinear quais forma as atitudes do presidente esse ano: estão estampadaa em qualquer site e, doa a quem doer, são as mais puras verdades. Mas observaram que os erros se repetiram? Como poderíamos esperar um resultado diferente se as ações foram praticamente iguais às dos desastrosos anos de 2008 e 2013? Apostas em jogadores acima de 30 anos, aposta em técnicos que não tinham a dimensão do que significa trabalhar no Vasco, bons resultados no primeiro semestre que iludiram a diretoria e até a torcida, trocas de técnicos durante o campeonato brasileiro, contratações do jogadores que nunca sequer estrearam no time... E o resultado é ainda pior do que nos outros anos.

O rebaixamento é certo, torcedor vascaíno. Eu, como vocês, torço para que algo que seja um ponto muito fora da curva aconteça e evite esse desastre, mas você e eu sabemos que isso não vai acontecer. A Regra da Pirâmide funciona. Os fatos mostram isso. Mas a culpa é sua, e minha também. Todo torcedor que não se associou ao clube e que poderia ter evitado a volta da arrogância e da truculência ao poder tem sua parcela de culpa por esse momento. Uma pequena parcela. Tomara que ainda haja tempo para usarmos a Regra da Pirâmide com os exemplos desse anos. Antes que o Vasco e sua pirâmide sejam engolidos de vez por tempestades de areia...

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