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Podemos nos iludir o quanto for, ou querer fantasiar a dura realidade. Isto é uma questão de escolha. Já diriam que o pior cego é aquele que não quer ver. Pois bem... Hoje temos a infelicidade de ter que reconhecer que, há muito, já se passou a época gloriosa, em que defender o escudo do Gigante da Colina era motivo de disputa e sinônimo de consagração a qualquer atleta que fosse.

Contudo, vascaínos que somos, sempre esperançosos, ainda relutamos em desapegar de um Vasco que o fizeram não mais existir. Mesmo consternados com toda a situação atual da instituição cruzmaltina, a utopia insiste em nos levar a torcer por um hipotético presente de Natal do Tio Eurico. Somos aquelas crianças que pararam no tempo: sabem que “Papai Noel” não existe, mas sempre querem acreditar e fantasiar a expectativa de recompensas por tal crença.

Posso estar escrevendo um grande equívoco aqui – assumo e peço, desde já, a gentileza de que perdoem a dose de ceticismo, contudo, prefiro manter os pés no chão. A mídia - sabe-se lá com qual intenção - vem especulando, diariamente, possíveis reforços à nau vascaína: Romulo, Alex Teixeira, Anderson Martins, Diego Souza, e quem sabe até o Dinamite não volta a campo com o pretexto de salvar o time também.

Ironias à parte, o fato é que, hoje, transformaram o clube na “Casa da Mãe Joana”. Já se foi o tempo em que vestir o manto vascaíno era motivo de euforia e legitimação da carreira. Transformaram o Vasco e o ensinaram a contentar-se com migalhas. Para aqueles que ainda vivem a utopia, peço bom senso e uma dose de realidade.

Como acreditar em tantos advindos do velho continente? Não temos um marketing eficiente, não temos um projeto de carreira, não temos perspectiva alguma de futuro. O que levaria um atleta a abandonar a estabilidade europeia e se aventurar num time que não vai disputar nada de relevante e sequer apresenta alguma potencialidade de título – a não ser aquele Carioca que nos ilude e nos permite ironizar os rivais uma vez ao ano? Pés nos chãos, meus caros amigos vascaínos.

Além de grandes reforços, o que precisamos, urgentemente, é ter a consciência da necessidade de que o problema vascaíno não é a falta de recursos financeiros, todavia, uma gestão moderna, participativa e com visão. Que este seja um inquietamento a não mais suportar esta ditadura que se perdura com o senhor Eurico Miranda. O Vasco nunca foi e nunca será pequeno, pequenos são estes que se apoderaram e nos saquearam.

CASO NENÊ

Neste caso, nos vemos em mais uma situação absurda, agora somos aquelas crianças que, quando o dono da bola a leva para casa, estraga a alegria e imploramos por mais alguns minutos ou mais alguns gols. Isto é uma vergonha diante da grandeza do Vasco. Mesmo tendo feito bons jogos, nos trazendo algumas alegrias, e o que mais seja, daí a lançar desculpas esfarrapadas na mídia para especular seu passe e sua saída é ir longe demais. Longe demais é também nos alarmarmos. Se for, muito obrigado pelo serviço prestado. Se ficar, que jogue mais e fale menos. Quem ganha a vida com a boca é cantor.

Saudações vascaínas


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