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A palavra mais falada no Vasco desde o rebaixamento de 2008 é reconstrução.

Em 2009, o então Presidente Roberto Dinamite foi o primeiro a utilizar a palavra para espelhar o momento e as diretrizes para reeguer o clube após o fatídico acontecimento. Associado a expressões como - "o sentimento não pode parar"- o mandatário vascaíno iniciou um processo de resgate da autoestima do torcedor e buscou, de certa forma, através da contratação de um CEO de futebol dar outros rumos ao futebol do Vasco. A princípio parecia que o Vasco de fato estava se reconstruindo. Vencemos a série B sem dificuldades. Chegamos a semi da Copa do Brasil e dois anos depois fomos campeões desta competição nacional, vice brasileiro e semifinalista da Sulamericana. Em 2012 fizemos grande campanha na Liberta e por muito pouco não chegamos as finais. 

Pois bem. Acontece que a reconstrução vascaína era tão sólida quanto a um castelo de areia. O Vasco na verdade não se reconstruiu com base sólidas. Apenas viveu lampejos dos momentos de outrora. Logo a dívidas vieram à tona, os reflexos da má gestão administrativa também e a reconstrução se ruiu facilmente. Perdemos os bons jogadores que tínhamos e em 2013 caímos novamente para a série B.

Em 2014 lá estava ela de volta, a palavra reconstrução. Essa um tanto mais díficil que a primeira. Com a torcida já sem confiança na administração Dinamite tudo ficou mais difícil. O time que não era bom teve dificuldades na série B e subimos com um empate no Maracanã lotado frente ao modesto ICASA-CE. Não sei se em 2014 podemos chamar de reconstrução vascaína. Me pareceu mais aquela " guaribada" no que está ruim para deixar com um aspecto mais bonitinho.

Em 2015 de volta a série A e com o Dr. Eurico no poder, novamente estava ela lá( RECONSTRUÇÃO). E novamente com frases de efeito do tipo: " O RESPEITO VOLTOU" , entre outras pérolas que só Eurico é capaz de produzir. A torcida se animou. Fomos campeões carioca depois de 12 anos. Tínhamos a promessa de que o Vasco voltaria a ser o grande Vasco dos anos 80 e 90. Eurico prometeu elevar o patamar dos patrocínios a altura da grandeza do Vasco e etc... Contudo, mais uma vez, a reconstrução foi superficial. Outra "guaribada", sem atacar os alicerces do problema, sem de fato mudar toda a estrutura do CRVG. Resultado da brincandeira foi mais um rebaixamento. O ano de 2016 foi a continuação da reconstrução de 2015 que teve pelo menos alguns acertos do ponto de vista estrutural, com a construção do CAPPRES e do campo anexo que melhoram um pouco a combalida estrutura de treinamento da equipe. Esportivamente, foi mais um ano perdido e de novo uma volta dramática a séria A.

Finalmente chegamos a 2017. E a palavra reconstrução de novo em voga. 

Euriquinho de vice e seu projeto audacioso de fazer um grande de time para arrecadar receitas  a fim de viabilizar o pagamento desse grande time. Já começou mal. Contratou um técnico com um índice de rejeição enorme entre os torcedores e jogadores bons, mas vindo de praças futebolísticas em que a exigência é menor. Resultado disto, hoje o Vasco tem um bando de jogadores sem ritmo de jogo e maus fisicamente e o time ainda não engrenou.

Eliminado da Copa do Brasil foi obrigado a demitir o treinador que não deveria ter contratado e agora com a chegada do Milton Mendes a palavra reconstrução voltou a cena novamente. Ou seja, essa já é a segunda reconstrução no mesmo ano. Não há torcida que aguente isto.

Como vascaíno apaixonado, torço e muito para que o Milton e sua filosofia professoral tenham sucesso no Vasco. Um quarto rebaixamento seria o princípio do fim do CRVG. Porém, acredito que o Vasco deveria encarar a palavra reconstrução com a seriedade que a mesma requer. 

No fim do ano teremos eleições. Gostaria muito que o atual presidente, caso reeleito,ou a oposição, caso ganhe, realmente reconstruíssem o Vasco aos moldes do que foi feito no maior rival. Sei que seria demais pedir a essa tão machucada torcida paciência para tiramos uns 03 anos sabáticos do futebol, a fim de recuperarmos a saúde financeira do clube, investirmos em estrutura, investirmos na base para que realmente possamos de fato reconstruir o CRVG em bases sólidas e não com soluções paleativas.

Sinceramente não vejo outra saída para o Vasco que não encarar um processo de modernização interna na sua estrutura para voltar a ser grande. Mas isso tem que ser feito às claras. O próximo mandatário terá que vir a público e explanar para a torcida que o projeto é de reestruração por um período X e que nesse tempo a equipe de futebol irá se limitar a manter-se na primeira divisão do futebol brasileiro, para aí, sim, após esse período voltar a competir de igual para igual com os demais grandes do futebol e voltar a ganhar títulos de expressão.

Sem essa reconstrução profunda, estaremos fadados a continuarmos como um time iô-iô e sem o propalado respeito. 

RESPEITO NÃO SE ADQUIRE COM BRAVATAS E SIM COM AÇÕES E ATITUDES.

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS.


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