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Nas conversas e discussões envolvendo esportes, principalmente futebol, os ânimos se alteram com facilidade e a racionalidade perde espaço para o radicalismo. Facilmente se misturam alhos com bugalhos. Jogadores com dirigentes são culpados pelos fracassos, assim como são idolatrados nas vitórias. Existe quem diga que isso é natural mas eu acredito que isso só será benéfico se, no final da discussão todos estiverem sintonizados no mesmo objetivo.
Quando uma discussão acarreta o distanciamento dos participantes do objetivo primordial do clube, isso resulta numa divisão e toda divisão dificulta o atingimento do objetivo que preconiza o estatuto.
O poder de uma torcida só é válido se todos estiverem conscientes de sua força coletiva e essa força estiver, sempre, direcionada aos objetivos do clube.
Para que uma torcida entenda sua importância, primeiro tem que conhecer o objetivo do clube e o do Vasco está definido no seu Estatuto como: “Art. 1º - O Club de Regatas Vasco da Gama, fundado no então Distrito Federal, em 21 de agosto de 1898 e considerado de Utilidade Pública pela Lei nº 949, de 2 de junho de 1966, é uma Sociedade Civil, sem fins lucrativos, com sede e foro na cidade Rio de Janeiro, caracterizando-se como entidade desportiva, recreativa, assistencial, educacional e filantrópica”.
“Art. 2º - Para o integral cumprimento de seus objetivos sociais, o Clube promoverá, através da realização de espetáculos:
a) A prática de atividades desportivas em forma recreativa ou competitiva, participando dos torneios e campeonatos promovidos pelas entidades desportivas a que estiver mediata ou imediatamente filiado;
b) A prática de assistência social, educacional, cívica e filantrópica, promovendo espetáculos e torneios ou cedendo suas sedes para tais objetivos”.

Fica claro que o objetivo social do Club de Regatas Vasco da Gama é participar de atividades desportivas, sociais, educacionais, cívicas e filantrópicas. Sempre, é claro, dentro das regras e dos preceitos legais vigentes.

Do objetivo primordial, decorrem todos os demais artigos e regulamentos que regem o funcionamento do clube. Os artigos e regulamentos podem ser escritos de várias formas ou mesmo nem existir, porém sem os objetivos nenhum deles tem sentido.

Assim sendo, me parece claro que numa associação como o Vasco, vale o coletivo e não o individual. Desta forma, nenhum dirigente vascaíno tem preponderância sobre o desejo da maioria. Portanto, no mínimo a diretoria administrativa, o conselho deliberativo, o conselho fiscal, o conselho de beneméritos, devem satisfação ao corpo associativo.

Assim, como acontece com qualquer instituição, o valor do título em poder do associado vale mais ou menos, quanto mais ou menos eficaz e organizada é a instituição. Se você possui ações de uma empresa, você se preocupa como ela é gerida, pois de acordo com o resultado obtido pelos administradores, suas ações se valorizam ou desvalorizam. Por isso os órgãos administrativos do Vasco devem satisfação aos associados, de forma inequívoca e transparente. É assim no Vasco?

Isso é só para você, sócio, parar para pensar.
No próximo blog cito alguns problemas do estatuto, que permitem a manipulação do mesmo por pessoas descompromissadas em atender o desejo da maioria dos associados. Principalmente porque não se preocupam em saber o que o associado quer e, com certeza e consequentemente, não lhes interessa democratizar o instrumento.

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