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No Vasco da Gama este título e ditado se encaixa com perfeição. Começa a reunião do Conselho Deliberativo e tudo se encaminha para um desfecho catastrófico: sindicância autorizada, presidente sem autoridade moral para tocar o clube, time sem predicados técnicos e atletas sem receber, funcionários desmotivados e sem receber salários, investidores arrependidos e torcedores com autoestima na sola do sapato.
Mas eis que surge nosso Chapolin Colorado travestido de Eurico(inho) Miranda. Aliás, vestido de Eurico Miranda. E, incorporando o espírito (Cruz Credo!) de seu pai, Euriquinhho salva a Pátria, responde ao chamado de “quem poderá nos salvar?” e grita: “eu, Chapolin Colorado”. E complementa: “se quiserem sair dessa sinuca de bico, sigam-me os bons”.
E grande parte da plateia, encantada, sedenta por uma solução inédita, segue o filhote do “mestre”, que olha diretamente para Campello e de canto de olho para Brant, quase que desafiando-os com a frase feita a escapulir do canto de sua boca: “não contavam com minha astúcia”.
E assim, o Vasco é salvo do vácuo administrativo para o qual se direcionava e retorna à atmosfera que lhe permite respirar e procurar uma saída para seus graves problemas financeiros, administrativos, desportivos e motivacionais.
Não posso dizer que esperava por esse desfecho e nem poderia afirmar que “suspeitei desde o princípio” que essa repentina intervenção fosse salvar, provisoriamente, o Vasco, mas foi, sim, uma boa saída.
Campello continua no Vasco, as boas coisas que seus colaboradores administrativos criaram poderão continuar sendo tocadas, como a confecção anual, em tempo hábil, dos balanços e demonstrativos financeiros e os projetos de reconstrução do clube. Mas que não se esqueça desta lição e que lhe caia como uma benesse este aviso: desta vez foi por pouco. Que seja mais humilde, saiba se relacionar com os poderes internos do clube (que nem sempre querem o melhor para o Vasco) e, principalmente, pare de ser vice-presidente, diretor, treinador e dono do futebol do Vasco.
Porque Euriquinho veio em ajuda de Campello, eu não sei. Seria uma “mea culpa” em nome de seu pai, culpado, em grande parte, pelo buraco em que o Vasco caiu? Seria um arrependimento sincero? Ou existe alguma coisa por trás deste salvo-conduto lançado ao presidente e iminente náufrago? O futuro dirá... A verdade é que nos livramos, temporariamente, das garras do sedento presidente do Conselho Deliberativo, que do alto de seu trono celestial, continua ansioso em ser acolhido por seus partidários, como o salvador da Pátria vascaína.
Até o próximo capítulo...
Saudações Vascaínas!