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“O grande pulo na popularização da opereta teve à frente Jacques Offenbach (1819-1880), levando aos palcos parisienses sucessos com fortes elementos de erotismo. É dele a opereta em um ato Ba-ta-clan.”

NO VASCO DA GAMA O ENREDO É DRAMÁTICO, COM PITADAS DE INIGUALÁVEL SARCASMO MIRANDIANO!

E tudo começa  assim:

...CAMPELLO QUE ODIAVA E AMAVA E VOLTAVA A ODIAR EURICO QUE ODIAVA BRANT QUE NAMORAVA CAMPELLO QUE TRAIA BRANT QUE AMAVA À PRIMEIRA VISTA CALÇADA QUE... COM 94 ANOS NÃO ENTENDIA NADA (OU: O QUE FAZER COM MINHA CARTEIRINHA DE SÓCIO...)

 (aqui entra uma música fúnebre com sonoplastia de milhares de idiotas chorando no fundo)

E continua:

(entra o narrador, devidamente trajado como um janotinha do início do século passado e desafia o publico com os seguintes questionamentos:)

Alguém me explica como pode o Estatuto de um clube tradicional como o Vasco permitir que o vice da chapa vencedora concorra contra o próprio presidente da mesma chapa, na condição de opositor à essa mesma chapa? Parece que ele concorreu contra ele mesmo mas ele não era ele mesmo, entendeu? Saiu da chapa vencedora (onde era indicado como Vice–presidente Geral) na véspera da reunião do Conselho para concorrer como candidato a Presidente, contra o seu companheiro de chapa!!! Desincompatibilização de um dia, na véspera da eleição, pode isso ou é  piada? Tem muita coisa imoral no Vasco. Ética, nem passou perto... Caramba!

(nesse momento entra um bufão e tenta explicar:)

Vós podeis estar confuso mas explico: o ardiloso Campello ganhou... Não sei se ganhou do Eurico, do Brant ou, quem sabe, dele mesmo! Pra isso, precisou colocar a culpa no ex-companheiro de chapa, associar-se ao até  então opositor Eurico para conseguir arrebanhar os Conselheiros de cabresto (mas jurando que não fez acordo com o nefasto e que continuava sendo oposição).

E os ganhadores (não consigo adjetivá—los como vencedores), Campello e Eurico demonstram odiar Brant. 

Francamente não consigo entender de onde vem essa revolta da pseudo oposição ou situação disfarçada de oposição, contra o Júlio Brant. O que será que ele fez? Seria interessante que Eurico e Campello dissessem claramente. O que vejo é que ninguém supera o Eurico em desfaçatez, soberba e arrogância, Campello sempre demonstrou insegurança e nunca demonstrou ou transmitiu confiança. 

(agora o bufão encara a plateia e, com olhar questionador pergunta:) 

Será que é porque o Brant concorda (como 90 por cento da torcida) que esse ridículo Estatuto que desconsidera a vontade do sócio e da torcida e coloca na mão de conselheiros (muitos com idade avançada) a escolha do presidente e, portanto, deve ser alterado? Será que isso contrariou muitos Conselheiros? Com certeza!

(e prossegue:)

Eurico teve décadas para montar um Conselho com 150 membros natos (que só largam o osso quando morrem), o que lhe permitiu colocar muitos cupinchas nessa condição subserviente. Além de contar com a ausência de uns outros tantos no dia da votação, confiando que devido às idades avançadas muitos não teriam condição de se locomover à sede da Lagoa. Daí,  bastou contar com outros tantos Conselheiros da sua chapa perdedora e mais alguns do ortopedista traidor para retirar da torcida e do sócio votante o direito de ver seu desejo atendido.

Desta forma, mesmo que Campello diga o contrário,  duvido que tenha força ou vontade de contrariar a turma Miranda. Assim, nada será feito contra o malfeitor que vem destruindo o clube e sairá incólume, ileso, são e salvo após décadas de traquinagens administrativas.

(neste momento o público reflete sobre passagens hilárias e trágicas do ex-presidente, sempre enrubescendo as faces - o público,  claro - , a cada lembrança envergonhadora que presenciou durante o tempo em que se dedicou – o público,  claro – a acompanhar as notícias do Vasco)

Eurico chegou a repetir o velho jargão de que “nunca perdi uma eleição”. E daí? Isso não interessa aos torcedores ou sócios do Vasco. Isso só interessa ao seu ego inflado e esclerosado. 

Esses beneméritos caquéticos que comem em suas mãos (ou bolsos) não merecem representar o Vasco. Tiveste tempo (décadas) para colocá-los lá mas, com certeza, um dia pagarão pela submissão e omissão (se possível, nos quintos dos infernos!).

(após esse breve momento de reflexão, entra um torcedor, desesperado, queimando sua carteira de sócio, vociferando:)

BIZARRO!!!! INACREDITÁVEL!!!! Alguém explica isso??? O que vale o meu voto???? O que vale o meu titulo de sócio???? O que vale o meu dinheiro??? Pra onde vai a minha mensalidade??? Por favor, alguém me explica!!!! Cinquenta anos jogados fora???

(o público se choca e cada espectador olha para o outro, sem ação, paralisado à espera do próximo passo. As luzes vão esmaecendo ao tempo em que um narrador com voz cavernosa do tipo “Globo Repórter” vai, quase que declamando:)

Triste está o torcedor do Vasco... Duvido que algum indivíduo de boa índole, em sã consciência esperasse essa conclusão! Agora Campello se considera ungido pelos santos óleos, pois concluiu que o sócio que votou no Brant foi enganado pela sua oratória e ele, divindade de história  em quadrinhos resolveu corrigir essa injustiça.

Reconhecemos que algumas pessoas se acham mais dotadas que outras, mas este não é o seu caso. Ao invés de herói de histórias em quadrinhos ou divindade superior, talvez esteja mais para serviçal do capeta, que tem nome e sobrenome: E.M!

(fim da opereta)

APESAR DAS OPERETAS, NORMALMENTE SE CARACTERIZAREM POR UM ÚNICO ATO, NÃO GARANTO QUE ESTÁ SE RESTRINJA A APENAS ESTE EPISODIO...

(Tristes) Saudações Vascaínas.

 

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