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Há muito tempo encaminhei minha última postagem. Confesso que a queda para a segunda divisão me devastou e tem me deixado desconfiado e, a cada rodada que passa, minha incerteza com o futuro se aprofunda. Fico tão ensimesmado que me recuso a escrever, aguardando o dia seguinte por um incentivo que motive um texto positivamente feliz quanto ao futuro do nosso Clube. Cansei de esperar e resolvi escrever sobre esse meu dilema, definido pelo título deste artigo.
Muitas pessoas vivem do PASSADO. Não nego sua importância e, aqui mesmo, nos meus escritos, não me canso de citar a bela história do nosso Vasco da Gama, mas, infelizmente, somente isso não me satisfaz. Outras pessoas julgam que “o PRESENTE é o que vale” e vivem intensamente o dia a dia. Também não desprezo o “hoje e agora”, mas o imediatismo, por si só, não me preenche totalmente. E o que está faltando? Óbvio, está faltando o FUTURO, sinônimo de esperança.
Poucas pessoas pensam no futuro, vivem do presente ou das lembranças do passado. O brasileiro se transformou em um ser extremamente desconfiado. A dificuldade de viver em um país onde as boas leis não são cumpridas e as duvidosas são interpretadas de acordo com interesses personalíssimos, acaba gerando um indivíduo questionador, vivendo num ambiente permanentemente tumultuado, onde os gatunos atuam com desenvoltura e os bons são apenas a ração que os engorda. Por isso, o brasileiro do século XXI é um animal encurralado, lutando diariamente pela sobrevivência, desconfiando das poucas opções que lhe são “oferecidas”.
Transferindo esse sentimento de constante insegurança para a relação de amor que dedico ao Vasco da Gama, permanentemente me questiono para onde vamos? Qual o futuro do Vasco e qual legado deixarei a meus netos para que continuem alimentando o sentimento que o meu avô me delegou? O que dizer a meus netos para incentivá-los a amar o Vasco como aprendi a amar? Ah, se fosse para orientá-los para torcer para o rival, seria suficiente dizer: “coloquem antolhos e sigam a matilha” pois é isso que faz com que a torcida do nosso maior rival seja grande. Olhar para frente, seguindo o maior é fácil e seguro, mas não é o melhor. O melhor é saber porque amamos nosso clube, independentemente do tamanho. É a diferença entre quantidade e qualidade.
Hoje estamos na segunda divisão, pela segunda vez e curtindo um sonho de retornar à elite do futebol brasileiro. Elite essa, desacreditada mundialmente e desrespeitada pelos últimos resultados da última década. Que elite é essa, subordinada a uma entidade comandada por dirigentes acusados de corrupção, que afastam o torcedor da arquibancada e provocam repulsa e desconfiança sobre a honestidade dos seus atos? E sobre aqueles que arbitram os jogos? O que falar sobre a castidade daqueles que devem prezar pela honradez e probidade dos resultados dentro do campo? Acreditar que a estrutura organizacional do nosso futebol está no caminho certo, com sujeira pra todo lado, é impossível!
Como convencer as pessoas de bem de que seremos um clube diferente de tudo que está aí?
Como convencer as novas gerações de que vale à pena ser sócio, comparecer ao estádio e que o ambiente é seguro?
Como sou um sonhador, mesmo que com muitas dúvidas, continuo acreditando que nossa Cruz, abençoada por Nosso Senhor, nos reserve um futuro digno, honrado e decente.
PS: no próximo encontro falaremos sobre o time que deveríamos estar preparando para o ano que vem e que faz parte do segundo episódio de: COMO ACREDITAR NUM FUTURO MELHOR?