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Você lembra onde terminou a última postagem? Se sim, vamos continuar, se não, volta lá e relembre...
Saindo um pouco do ambiente vascaíno, vamos imaginar uma novela na qual o cenário poderia até ser um clube centenário, criado por idealistas bem intencionados, mas que foi ocupado por políticos que circulam livremente por seus corredores. Imagine que nessa novela existam personagens fascinantes e eu vou descrever alguns deles aqui. Não dá pra citar o elenco completo, porque senão ia virar um livro e não apenas uma simples postagem. Vamos lá.
O primeiro personagem é presidente deste hipotético clube (vamos dizer que seja um clube...) e é um bem sucedido empresário que conseguiu chegar ao poder através de uma manobra pouco ortodoxa, um golpe. Lembra alguma coisa? Vamos em frente. O cara que o ajudou a chegar lá também tem uma ambição enorme. E esse segundo personagem, nunca tirou o olho da presidência. Só que não tinha muitos seguidores e preferiu garantir um lugar no conselho mais importante da organização. Cargo muito influente, que poderia até lhe permitir ter poder sobre o apadrinhado. O que não esperava é que o afilhado tivesse sonho de alçar voo solo. Resultado: se desentenderam e tudo foi por água a baixo e como acontece na maioria dos divórcios litigiosos, se transformaram em inimigos.
Esse segundo personagem achava que tinha um bom cacife político, afinal já fora eleito para cargo público por um partido radical graças ao apoio de uma força organizada que congregava muitas pessoas ligadas ao clube. Mas como o sonho político partidário não durou muito, sua carreira encalhou e como perdera o poder de manipular o presidente, resolveu ficar mexendo seus pauzinhos ali mesmo. Seria uma espécie de eminência parda, um primeiro ministro da instituição.
Daí surge um terceiro personagem: um senhor que já foi presidente do conselho que está na mão do personagem citado anteriormente. Também exerceu uma vice-presidência administrativa da organização. Foi alto funcionário de um ministério relacionado com esporte e atuou nos preparativos para o maior certame mundial de futebol realizado no país. Ocupou, também, alta função em outro ministério, nos “bons tempos”. Saudoso de um cargo pomposo, se colocou à disposição para concorrer ao cargo de presidente de nossa hipotética instituição, na próxima eleição, se ela ocorrer e quando ela ocorrer.
Mas tem mais personagens aí: tem um atual vice-presidente geral deste clube, ops, instituição... que já foi ligado a pelo menos dois partidos radicais – olha a politica partidária aí de novo - e que já foi ministro tampão – (coisa que não cheira muito bem, né?) e também ocupou uma pasta até o final do mandato de um ex-presidente da fictícia república e que já frequentou o xilindró. Num governo estadual, de um governador que também foi preso, ocupou cargo de secretário. E foi nomeado, mais à frente, por um prefeito para ser chefe de gabinete de uma secretaria. Pela relevância política dentro da nossa hipotética instituição, possui força para mexer os pauzinhos.
Bom, mas tem outro personagem que nesse romance ocupa o cargo de presidente do conselho que fiscaliza as contas da agremiação e por conseguinte tem muita influência sobre o futuro do nosso atual presidente, o do golpe, se lembra? Bem, ele também ocupou cargo eletivo na câmara federal e até ajudou a escrever a última carta magna da república fictícia na qual está inserida nossa instituição. E ele também era filiado a um partido político radical. Caramba, isso até parece perseguição do autor...
Vou parar de falar dos protagonistas deste romance para que vocês não fiquem pensando que tenho prevenção ou esteja protegendo alguém e nem corra o risco de ver uma alta corte de justiça bater aqui em casa....
E não posso deixar de frisar que na apresentação da novela descerá um letreiro atestando que assuntos, nomes, personagens, prazos, datas e conclusões são meramente imaginários. Por isso, se você relacionar alguém aqui descrito com alguém da vida real do nosso Vasco, eu vou negar e dizer que é fruto de sua mente poluída.
Essa estória serve de introdução a um assunto importantíssimo que pode decidir o futuro do Vasco: a aprovação das eleições diretas previstas para, quem sabe, o final do ano de 2020 e que pode vir associada a mudanças perigosíssimas no estatuto. O caos político e financeiro do Vasco e a pandemia, criam um clima propicio para transformar a fantasia em realidade, transformando os personagens da ficção em personagens reais de um reality show vascaíno, onde cada um tentará direcionar o futuro do clube a seus interesses pessoais.
No Vasco existe um órgão que é responsável por ordenar e submeter aos sócios estatutários as opções de reforma do estatuto. É a Assembleia Geral de Sócios, presidida por Faués Jassus, conhecido como Mussa. As alterações sugeridas foram estudadas por uma comissão criada pelo Conselho Deliberativo, com o aval e direção do seu presidente e discutida em reunião conturbada do órgão. Ninguém sabe se foi uma reunião fracionada em outras ou várias reuniões que acabaram se somando a uma... Nem sei como essa comissão foi composta, decomposta ou alterada... Bom, não interessa. Foi uma bagunça mesmo. Se você se surpreende com palavrões de reunião ministerial, então não deveria nem passar na porta da sede da Lagoa quando tem reunião do Conselho do Vasco.... Mas já estamos acostumados a isso e a diferença é que no Vasco não tem alguém para dar uma palavra final.
O nosso Mussa sugeriu, que para evitar deslocamentos dos sócios de outras cidades, haveria apenas uma reunião para aprovação das eleições diretas e outras mudanças do estatuto, desde que os sócios possam decidir sobre o pedido de um movimento chamado “Nova Resposta Histórica” que se contrapõe a muitas coisas que os políticos querem aprovar. Este movimento “Nova Resposta Histórica”, em síntese, propõe que os sócios decidam sobre a eleição presidencial e deixem que outras mudanças mais profundas sejam discutidas por um novo Conselho Deliberativo, oxigenado e renovado. Lembre que eu falei em síntese. Eu estou simplificando. Se quiser mais detalhes precisamos de mais postagens.
Os órgãos atuais, todos aparelhados, querem aprovar a eleição direta associada à outras mudanças de seus interesses. Eles querem adoçar nossa boca com o mel da eleição direta, enquanto impõem alterações estatutárias que os beneficiem, antes do término de seus mandatos atuais. Lógico que os sócios podem não cair nessa e daí estaria criado um impasse que pode inviabilizar qualquer mudança. Dessa forma, ficaria tudo como dantes no quartel de Abrantes, e a eleição seria indireta, como sempre foi, e caberia ao Conselho Deliberativo colocar na presidência um indivíduo de sua preferência que poderia não ser o candidato escolhido pelos sócios, como aconteceu na última eleição.
Por isso, o presidente da Assembleia Geral exigiu documentos do presidente do Conselho Deliberativo que justifique as propostas de alteração enviadas pelo Conselho, que ele acha incoerente com o que foi discutido e concluído internamente. Dessa forma o presidente da Assembleia Geral tenta preservar o direito dos sócios de saber o que realmente está em jogo, impedindo que sejam levadas para aprovação propostas que não foram esclarecidas ou decididas por consenso ou maioria, por exemplo.
Evidentemente que os presidentes do CD e do Conselho Fiscal discordam do pedido de Mussa, por que não lhes interessa dar poder de decisão total aos sócios. A intenção desses habilidosos políticos do Vasco é reduzir nossas opções de escolha. Para não estender muito essa postagem, o que eu acho que querem é mais uma vez nos manipular. Não desistem nunca!
Pra encerrar, continuo acreditando que a única solução para o Vasco voltar aos trilhos é entregar a administração a uma empresa que o gerencie com seriedade. E seria uma novidade ver o futebol do clube ser administrado, inteiramente, por profissionais de olho no resultado financeiro positivo. Teríamos um balanço fiel à realidade, o que aumentaria a credibilidade do clube, criando estabilidade e atraindo patrocinadores, investidores e atletas de categoria.
Mas como consta no manual de sobrevivência dos maus políticos, o importante é confundir e atrapalhar, nunca ajudar ou facilitar. Na verdade, o Vasco atual está cercado de políticos nefastos que não tem interesse em se afastar do poder e nem ver o clube democrático, seguro e estável.
Você acha que o vírus deixou os políticos em casa? Inocente, você. A política do Vasco não pisou no freio. Ela sempre usou máscara e não é para não se contagiar é para esconder suas intenções. Só o sócio e o torcedor andam de cara para o vento. No YouTube tem um vídeo completo desta postagem. Se quiser ver, copie esse endereço no seu navegador: https://youtu.be/okmZsg_Pwnc
Saudações Vascainas!