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Mais uma vez, o Vasco anda em campo. Mais uma vez, derrota. Por 3x1. Para o grande Paysandu. Mais uma vez, erros clamorosos individuais entregaram um jogo sob controle. E mais uma vez, Jorginho escalou mal e substituiu pior ainda.
Toda vez que surge um problema, qualquer que seja, é muito fácil apontar culpados. Costumo dizer o seguinte: Deu algo errado? Tenho um problema. Achei um culpado? Deixei de ter um problema. E essa é a tônica da vida do ser humano. Como o futebol é jogado por profissionais humanos e assistido por humanos apaixonados, cada torcedor vascaíno já deve ter eleito seus vilões: Martín Silva Frangueiro, Júlio César e Jorge Henrique não acompanharam Bruno Veiga e até o Madson que desistiu da jogada no lance do terceiro gol. O juiz também invalidou gol legítimo do Vasco marcado por Éderson. Então, com certeza parte da culpa da derrota de ontem cai na conta dele também, ou do próprio Éderson, que deveria ter feito aquele gol no rebote da cabeçada do Jomar. Culpados não faltam. Mas tudo isso foi apenas no jogo de ontem. Alguém consegue entender como um time que conquistou um Carioca invicto jogando contra 3 times da Série A várias vezes não consegue ganhar de Sampaio Corrêa, Tupi e Bragantino? Como um time que joga de igual para igual contra o Santos toma 6 gols em duas partidas de Náutico e Paysandu? O que mudou, se o time é o mesmo?
Perda de comando
Aí é que precisamos entender a grande parcela que nosso treinador tem em tudo isso. Primeiro: quando o time perdeu a invencibilidade contra o Atlético-GO, ainda no primeiro turno, nosso treineiro resolveu que era hora de fazer alguma mudança. Era a PRIMEIRA derrota do time, e ele quis inventar. Andou colocando o tal William Oliveira de titular apenas porque ele fez UMA boa partida no SEGUNDO TEMPO de um jogo. Para Jorginho, isso foi suficiente para barrar outros jogadores que contribuíram muito para o título Carioca como J. dos Santos e Diguinho. Outros, como Bruno Gallo, que foi peça chave na reta final do Brasileiro do ano passado, simplesmente foram esquecidos. Enquanto isso, Rodrigo fazia lambança atrás de lambança nos jogos, mas nunca saía do time. Júlio César já há algum tempo não aguenta fazer a lateral, mas continua lá. Agora, Júnior Dutra, que está meia-boca fisicamente, ganha status de titular e ainda não disse a que veio. Pra mim, o único que entrou no time por merecimento foi o Éderson. Mas ao invés de ser segundo atacante, vira centro-avante e o Thalles sai da área para buscar o jogo! Pikachu é lateral mas joga de meia. Daí temos o seguinte resultado: Bruno Gallo, importante no ano passado, foi barrado; Júlio dos Santos, meia, joga de volante; Nenê, meia atacante e finalizador, joga no meio dos volantes; Andrezinho, meia clássico, como segundo volante; Jorge Henrique, atacante, joga em todas as posições menos no ataque; Thalles, centro-avante, volta pra buscar a bola e Ederson, baixinho, é o centro-avante! Não é o máximo? O que esses treinadores tomam no café da manhã que os tornam gênios e com uma mente tão superior à nossa? Os jogadores vivem o dia a dia com o treinador e observam ainda mais essas incoerências. Como confiar em alguém que muda seus conceitos a cada insucesso? O que se vê em campo é um bando de jogadores que simplesmente fazem o que querem, e o treinador não consegue fazê-los obedecer às suas instruções.
Jorginho não sabe ler o jogo
Ou Jorginho não ainda não conhece os jogadores que tem, ou ele não sabe ler os jogos. Por exemplo, na eliminação para o Santos, em São Januário, ficou claro que o Vasco precisava de velocidade nos passes e força no ataque. Daí ele coloca o Éder Luís, que tem péssimo passe e é franzino. Ontem, por exemplo, o Paysandu estava deitando e rolando pelas laterais do Vasco. Principalmente o J. César não consegue atacar e recompor com velocidade, e pelo lado dele saíram as melhores jogadas do Paysandu. Se vai atacar com os laterais, então precisa que os volantes façam a cobertura. Mas Diguinho sozinho não conseguiu, e nem conseguiria, pois o Paysandu era muito veloz. Daí, ele tira um atacante para colocar o J. Henrique para ajudar na marcação do lateral. E depois virou volante!
Com tantos chutes, fica difícil confiar num treinador assim. Jorginho já perdeu crédito com a torcida, e claramente perdeu o conceito com os jogadores. Ele precisa imediatamente afastar alguns jogadores: Rodrigo, J. César e J. Henrique. Os dois primeiros são desagregadores. o Júlio César foi demitido no Botafogo por isso. Rodrigo está de picuinha com Jorginho faz tempo. Não me esqueço que no jogo contra o Joinville o Jorginho gritou:"Sem chutão Rodrigo", para, em seguida, o Rodrigo dar um chutão de graça pra defesa catarinense. Jorginho precisa voltar ao esquema que deu certo no primeiro semestre. O Vasco possui bons valores jovens como Douglas, Alan Cardoso, Henrique, Caio Monteiro e o próprio Evander. Mas ao invés de genialidades, Jorginho precisa conhecer as limitações do time e as dele mesmo. Talvez ainda consiga salvar seu emprego nesse ano...