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09 de setembro de 2012. Se lembra de algo que aconteceu nessa data? Eu também não, mas me lembrava que o Vasco tomou de 4 do Bahia em São Januário em 2012 e, ao procurar na internet, foi fácil observar que essa derrota aconteceu nesse dia. Quem era o técnico do Vasco nessa ocasião? Nosso querido e amado Cristóvão Borges. Ainda assim, o Vasco se mantinha dentro do G4 (em quarto lugar), batendo o recorde de rodadas dentro do G4 (48 rodadas até ali).
No dia seguinte, a notícia: Cristóvão pede demissão e deixa o time entre os 4 primeiros. A derrota foi dolorida, mas o time estava em 4° lugar. O que levou Cristóvão a deixar o time nessas circunstâncias? Na época, surgiram boatos de boicote e corpo mole de alguns jogadores, além de críticas públicas de líderes do time como Felipe e Juninho Pernambucano. Além disso, a torcida o odiava. Erros em substiuições, invencionices e a incapacidade de assumir o erro irritavam a torcida, que pedia a cabeça do treinador a cada jogo, e pouco importava se o time estava ganhando não. As ironias do treinador às críticas da torcida, como no episódio do "Burro com sorte" desgastavam cada vez mais Cristóvão com a torcida, e a situação ficou insustentável.
Depois disso, Cristóvão treinou vários times: Bahia, Fluminense, Flamengo, Atlético-PR e Corinthians, antes de assumir o Vasco. O resultado? Sempre o mesmo. Times sem padrão tático, defesas mal arrumadas, derrotas sem reação, treinador apático na beira do gramado e torcida querendo a cabeça dele. Cristóvão acabou demitido de todos esses times por incapacidade. É claro que a torcedor entende de futebol. Mais que alguns treinadores, e isso digo sem medo de errar ou de sobrepujar a profissão. Minha avó, por exemplo, conhecia muito remédio caseiro pra curar doença que nem médico sabia o que era. Ela mal sabia ler. Torcedor atualmente torce, mas lê e acompanha tudo o que acontece no futebol, não só com seu time, mas inclusive no exterior. Você, vascaíno, provavelmente viu ou ficou sabendo da façanha do Barça contra o PSG semana passada. Mesmo pela TV, consegue ver as táticas montadas pelos melhores treinadores do mundo. E com certeza sabe identificar quando um treinador não tem a mínima ideia do que está fazendo.
E isso é que acontece com o Cristóvão. Mesmo que ele melhores os resultados do time, ele nunca vai ter a aceitação da torcida. Todos se lembram que a primeira passagem dele foi vitoriiosa por causa da base deixada pelo Ricardo Gomes, e que quando ele precisou tomar as decisões o time não correspondeu. Por causa dele perdemos o Brasileiro de 2011 levando de 4 x1 do América-MG (lanterna até então) e deixamos escapar a vitória contra o Corinthians em São Januário. Derrotas que custaram o campeonato. E todos nos lembramos disso. Esse anos foram vexames contra São Paulo, Corinthians, Fluminense, Volta Redonda e Macaé. Esse time, nãos mão de qualquer treinador mais ou menos, ganharia ao menos dos pequenos. Mas não com o Cristóvão no comando. Comando que, aliás, parece não existir, já que cada jogador não sabe o que faz no campo. Douglas não marca, Gilberto sobe e não volta, Kelvin não acompanha os laterais e Jean parece perdido em campo. Wagner está escalado muito atrás e o Nenê fica sem ter com quem jogar, abusando das jogadas individuais ou, em raros momentos, com as subidas do Douglas (que é volante) consegue criar alguma coisa.
A diretoria deveria ouvir as vozes das arquibancadas. Nunca vi um time se tornar campeão com um treinador contestado pela torcida. Mais que contestado: odiado pela passividade, por justificativas vazias e por aparentar não entender que está treinando o Vasco e não o Íbis. Por se conformar em perder para Volta Redonda e empatar com o Macaé com a desculpa de que precisa de tempo. Na verdade, Cristóvão, seu tempo acabou. Antes mesmo de começar. Só falta uma caneta pra finalizar o ciclo.