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Não sou muito velho, mas já acompanhei, nos anos em que vejo futebol e torço pelo clube de regatas Vasco da Gama, muita coisa acontecer. Ganhamos muitos títulos, revelamos muita gente boa, passamos por altos e baixos, mas o Vasco sempre foi gigante.
Apesar de um passado glorioso, vi no passado muita gente se apoiar em coisas que não geram, para o Vasco e clube nenhum, nenhum retorno futuro a não ser histórias pra contar. O Vasco sempre foi um clube muito sincrético, talvez por isso admitiu em seus ambientes muita coisa mística de diversas naturezas, desde o Pai Santana. Não quero aqui suscitar qualquer linguagem de preconceito contra qualquer segmento religioso, não é esse nosso objetivo, mas apenas elucidar aquilo que deve ser o verdadeiro foco na gestão de um clube gigante como é o Vasco.
Esse gigante precisa de um trabalho sério, sensível e dinâmico em sua base, alargando seus olhares para todo o território nacional em busca de talentos. Quando os tiver garimpado, ficar atento às oportunidades de formá-los sem o peso de que se tornem os salvadores da pátria ou simplesmente um produto de venda vantajosa e curto prazo, sem idade pra isso. Saber integrá-los aos profissionais de maneira planejada, cuidado de cada passo.
Esse gigante precisa de menos bravata, de menos vozes que só falam alto, bravios porém, nada resolutos. Esse gigante precisa de planejamento de uma temporada completa e não somente de um torneio regional de baixo aproveitamento técnico. Precisa de critérios para contratações.
Esse gigante precisa recuperar sua credibilidade junto ao seu maior patrimônio, que é sua torcida. Como é que uma verdadeira nação, que é a Vascaína, tem uma participação ínfima no quadro societário do clube, menor do que clubes como Internacional, que tem bem menos torcida que nós? O Torcedor confia no clube? Isso deve ser trabalhado com urgência.
Precisamos de menos superstições de camisa verde, precisamos de menos evocações como as de Pai Santana (Com todo respeito), precisamos deixar de contar com forças do além ou do universo e começar a acreditar mais na força do trabalho e do planejamento urgentemente. Enquanto perdemos tempo com folclore interno e externo ao clube, o Vasco sofre com décadas perdidas por descompromisso de dirigentes desconhecedores de práticas administrativas profissionais. Temos 117 anos: Onde fica nosso CT? Qual a capacidade total de São Januário? Quantos Sócios temos? Quanto de Patrocínio conseguimos captar? Quanto da receita do Clube ainda é tragada pelo Governo e outros órgãos por má gestão?
Precisamos de menos sincretismos, menos apelos e mais trabalho, mais planejamento, mais profissionalização e amor pelo Clube. Somente assim o Gigante acorda, nem que seja a longo prazo.

Alessandro San.

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