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Como torcedor, muito me desamina saber que existem comentaristas de futebol favoráveis ao fim de campeonatos regionais como o tradicional Campeonato Carioca.

Em minha opinião, ao contrário da extinção, o que deve acontecer com o campeonato carioca é uma valorização, ou seja, deve haver um incentivo, com a participação da CBF, da mídia e da iniciativa privada, para que os times de pequena expressão (Madureira, Bangu, América, Americano, Campo Grande, Ceres, Tigres, Voltaço etc.) possam se estruturar com mais profissionalismo e, consequentemente, se fortalecer, de tal forma que pequenos estádios como os do Bangu, Mesquita, Campo Grande, entre outros, sejam reaparelhados e modernizados.

Tais mudanças abririam portas de trabalho em vários bairros cariocas e cidades fluminenses. Não apenas um maior número de jovens teriam possibilidade de realizar o sonho de ser jogador de futebol, mas também uma gama de profissionais como fisioterapeutas, massagistas, administradores, roupeiros, trabalhadores de serviços gerais entre muitos outros teriam acesso a uma gama de novos empregos.

Além disso, o interesse dos jovens pelo futebol certamente aumentaria, pois o time do seu bairro ou de sua cidade disputaria campeonatos com a real possibilidade de vencê-los. Imagine se o Madureira, o Bangu, o Volta Redonda ou outro time pequeno do Rio tivesse a chance real de se sagrar campeão carioca ou da Série B, alcançando o direito de disputar a série A. Seria uma grande festa local e o interesse pelo futebol aumentaria de forma geral.

Parece utopia, mas não é. Nos anos 80 os torcedores da Zona Oeste do Rio tiveram a grata experiência de ver um time disputando a final do campeonado brasileiro da série A de 1985 - o Bangu perdeu o título para o Coritiba, nos pênaltis - e a final da série B de 1982 (Taça de Prata) - o Campo Grande foi campeão em cima do CSA. Com o título, Galo da Zona Oeste (Campo Grande Atlético Clube) subiu para a primeira divisão e, consequentemente, seu estádio (Ítalo Del Cima) se tornou palco de grandes jogos: Crinthians de Sócrates x Campusca, Internacional de Falcão x Campusca, Grêmio de De Leon x Campusca, Vasco de Dinamite x Campusca, Fla de Zico x Campusca, Flu de Edinho x Campusca, Bota de Perivaldo x Campusca etc.

Em minha humilde opinião, o futebol brasileiro somente voltará a ser muldialmente respeitado quando forem criadas situações que possibilitem que os "pequenos" se modernizem e se profissionalizem, forçando assim que os "grandes" não se acomodem e otimizem suas estruturas e suas administrações internas.

O campeonato paulista tem se apresentado mais forte que dos demais estados exatamente pela força e pela extrutura dos times pequenos. Em 2016 vimos o Audax mostrando sua força, bem como a Ponte-Preta nos últimos anos e ainda podemos citar o Bragantino, o São Caetano, o Paulista, entre outros.

Que bom seria ver o América ou o Volta Redonda, ou qualquer outro time pequeno do Rio, vencendo um jogo contra o Grêmio, o Palmeiras, o Cruzeiro e no fim do ano conquistando uma vaga na Libertadores. Assim como seria muito bom ver um time do eixo Norte-Nordeste se sagrando campeão brasileiro da série A.

Alguns considerarão um sonho, uma utopia. Eu considero nada mais que a modernização do futebol brasileiro, bem como a abertura de várias portas de emprego no Rio de Janeiro e em todo o Brasil.

Direfrente do que outros pensam, creio que o modelo de estrutura do futebol Espanhol não nos serve, pois o Brasil tem território e população imensamente maior que os da Espanha, bem como os nossos problemas sócio-econômico-culturais são muito mais complexos.

A solução está em nossos quintais.


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