Blogueiros

HOME > bgomes

Meados do ano de 1994 para mim foi um marco, um divisor de águas para o futebol. A primeira copa a gente nunca esquece, pelo menos nós os apaixonados pelo o maior esporte do mundo. Antes disso algumas vagas lembranças me consomem como o Jogo do Brasil e Argentina na copa de 90, a derrota para Bolívia em La Paz, o tricampeonato carioca do Vasco 92/93/94 e as vitórias de 6XO sobre a mesma Bolívia além é claro o showman Romário no jogo contra os Uruguaios aqui no maior do mundo.
Lembro-me das fitas enfeitando os postes, dos desenhos nas ruas e nos muros, lembro-me do meu bairro parado, passeata por cada vitória, do meu pai comemorando aquele gol contra os Eua no dia da independência deles (para mim o melhor e mais difícil jogo da copa). Ele pulou gritando gol que quase decepou os dedos no ventilador de teto. Lembro que esquecíamos qual time torcíamos para nos unir em coro pela nossa seleção.
Talvez esteja até exagerando devido as minhas emotivas lembrança, mas o que ficou em mim da seleção foi isso e se encerrou logo após o grito do Galvão “É tetraaaa”...vi aquele carinha dando cambalhota em campo, vi Romário enrolado no nosso maior símbolo, nossa bandeira.
O que restou, pelo menos para mim, foi uma completa indiferença, nem com a conquista do penta consegui reviver esses sentimentos. Acordei já quase terminando o jogo e quando sai esperava ver pela passeata, mas ela não aconteceu como em 94. Pior do que o futebol apresentado pela nossa seleção nos últimos anos está a nossa indiferença quanto a ela. Ela que, quer queira ou não sempre foi o maior motivo de orgulho do nosso país. Hoje sou muito mais Vasco do que a nossa seleção. Prefiro ver times como Uruguai, Argentina a ver uma cambada sem um mínimo comprometimento com o maior patrimônio Brasileiro.
Eu queria mesmo odiar a seleção, xingar a seleção, mas, eu simplesmente não dou a mínima, eu simplesmente não sinto nada por ela, ontem, por exemplo, Vi um episódio de um seriado que estou acompanhando e quando acabou fui dormir em paz. Coisas que não acontece nem nos piores dias do nosso amado Gigante da Colina.
Eu odeio ? Não, eu não odeio, Eu amo? Não, não amo, Eu fico irritado? Não, eu não fico, Eu comemoro? Não, eu não comemoro. Pior do que odiar é ser indiferente, e o Brasil está aprendendo a ser indiferente com seu maior patrimônio cultural.
E espero profundamente que isso não aconteça com o nosso querido Vasco da Gama.

Compartilhe: