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Não adianta sonhar. Nem alto, nem baixo ou médio. É impossível sonhar. 



Por que? Simples, continuamos tendo uma diretoria que não respeita nossa historia, o torcedor e, muito menos, os sócios. Poderia culpar apenas o Presidente mas seria inoportuno, por critério de justiça, não incluir seus seguidores e apoiadores, fiéis, obedientes ou omissos, no rol dos malfeitores de plantão do Clube de Regatas Vasco da Gama.



Se aqueles que apoiam a estrutura arcaica que impera no Vasco há dezenas de anos, respeitassem os vascaínos, divulgariam suas intenções de ocupar mandato ou cargo no clube, submetendo suas credenciais técnicas a avaliação dos eleitores e torcedores. Como isso não acontece, temos o direito de julgar que por detrás de indicações pessoais se escondem outros interesses. Os comandantes do Vasco acham que transparência não resulta em confiança nem traz esperança no futuro.



QUEM COMPÕE A ESTRUTURA DO CLUBE?



Você sabe quem são os componentes da Assembléia Geral, Conselho  Deliberativo, Conselho de Beneméritos e Conselho Fiscal? Quem são os Grandes Beneméritos e Beneméritos?  Quem compõe o Conselho Deliberativo? Quem compõe a diretoria administrativa (22 cargos)? E os diretores de departamentos (32)? 

Você conhece os critérios que habilitam uma pessoa a ser indicada para o seleto grupo de Beneméritos e Grande Beneméritos? O estatuto é claro mas as escolhas não! Parece coisa que passa de pai pra filho, apesar do regulamento que impõe rigidez à concessão de tais títulos honoríficos. 



Quem são essas pessoas? O que fizeram ou fazem pelo Vasco? Como conseguiram suas cadeiras no Conselho de Beneméritos? Como são habilitados a preencher os Conselhos Deliberativo e Fiscal? Quais os critérios para ocupar uma diretoria, sejam Vice–Presidentes,  Assessores ou Chefes de Departamento? Resumindo: como essas pessoas conseguem ser escolhidos para missões tão nobres?



QUEM SÃO AS PESSOAS QUE DECIDEM A VIDA DO CLUBE E QUAIS QUALIDADES POSSUEM?



Enquanto não os conhecermos, para julgarmos sua capacidade, habilidade e competência,  estaremos nas mãos de desconhecidos. Assim funcionam os clubes no Brasil. Nós os sustentamos, pagando ingressos e/ou mensalidades e taxas, sem contrapartida justa e transparente.



Você criaria uma empresa cuja diretoria não lhe permitisse conhecer sua estrutura organizacional e seus recursos humanos? Pois é, o nosso Clube funciona assim. Somos obrigados a seguir regras, definidas em seu Estatuto e Regulamentos (nem sempre claras), mas não pode conhecer o currículo daqueles que decidem o futuro da instituição. E não adianta a desculpa de dizer que “tudo está na secretaria”, pois quem tem obrigação de tornar pública e transparente a administração  é  aquele que se candidatou ao cargo.



Enquanto a ocupação dos espaços no Vasco forem decididos de forma monocrática e ditatorial, como podemos acreditar num futuro melhor?



E É AÍ QUE ENTRA O NOSSO FUTEBOL E SEU FUTURO OBSCURO!



Qual é o ORÇAMENTO para o futebol de 2017?

Qual é a programação financeira para o futebol em 2017?

Quanto poderemos investir em atletas e de que qualidade, para 2017?

Quais os atletas que estarão no plantel de 2017?

Qual será a receita de sócios para 2017?

Quais serão os patrocinadores institucionais de 2017 e qual a receita prevista?



Em sã consciência, os mandatários do futebol acham que o atual elenco tem qualidade técnica  para disputar as primeiras colocações do campeonato da primeira divisão? Eu acho que não. 



Os caciques acham que o Vasco tem cacife para contratar jogadores de primeira linha? Eu acho que não. 



DÚVIDAS!!!



Para um clube como o nosso Vasco da Gama, não adianta apelar para o emocional.  Nossa torcida não é composta de seguidores que modelam seu comportamento pelo de outrem. O verdadeiro vascaíno é convicto e não aceita ser enganado. Mais do que qualquer brasileiro, ele desconfia das coisas realizadas sem transparência. Por isso temos um arremedo de quadro associativo. É ridículo que o número de pessoas que contribuem com suas mensalidades não cresça, independentemente dos planos, promessas e ações. A impressão que passa é que não há interesse em aumentar o número de sócios votantes, com medo de que, também,  aumente a cobrança em cima da “família real e sua corte”. 



As coisas só mudarão quando os ultrapassados e pusilânimes que compõem a estrutura administrativa do clube colocarem o Vasco acima de suas vaidades e interesses pessoais. Como isso parece impossível (e creio que a torcida já percebeu), São Januário continuará a receber jogos com público pequeno, proporcional ao tamanho de sua administração. E parece que este será o destino do Vasco, Brasil a fora, tamanho é o desprestígio que se avizinha, consequência do mau futebol que apresenta, fruto de um modelo ultrapassado de gestão.



Este é o meu receio com relação ao futuro, mais precisamente com o próximo ano. O torcedor não aguenta outro acesso, seguido de outra queda. Como não confio no atual elenco, que vem demonstrando fragilidade técnica e psicológica e nem vejo probabilidade de muitas mudanças que elevem o nível,  o risco é grande.

Apesar do futebol ser “uma caixinha de surpresas”, transformar um elenco limitado em uma equipe qualificada e vitoriosa, nos poucos meses existentes entre o acesso e a nova competição nacional é (quase) um milagre.



Tomara que o nosso Vasco da Gama não se transforme em mais um dos muitos clubes que naufragaram em sua própria incompetência e desapareceram do noticiário esportivo e social, deixando sócios  e torcedores, literalmente, a ver navios (no caso - desculpe-me a piada de mau gosto -, uma nau). 



Agarramo-nos a um passado e a uma bela história escrita há mais de um século, por um grupo de idealistas que acreditaram que com amizade, organização e perseverança poderiam praticar esporte de forma competitiva. E assim, com dedicação e muito suor, vieram as conquistas no remo, que possibilitaram voar mais alto (ou navegar mais longe), com direito a evoluir, crescer e, porque não,  diversificar. Foram conquistas e vitórias obtidas numa época em que o respeito era conquistado dia a dia, com ações firmes e objetivas, baseadas na união e não no individualismo. Respeito é fruto de muito trabalho coletivo e não é ingrediente demagógico de campanha eleitoral, transformado em slogan de mau gosto, imposto de cima para baixo, condenado a virar pó e desaparecer no primeiro sopro de vento pós calmaria.



O resultado é tristeza e desesperança.

 

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P.S.: no artigo anterior citei, erradamente, que estávamos pela segunda vez na segunda divisão.  O ato falho tem vários “culpados”: 1. caímos três vezes mas só voltamos, até agora, duas vezes...; 2. foram três quedas, mas duas a quatro mãos  (Eurico e Dinamite) e uma atribuída, exclusivamente, ao atual presidente... e, 3. ficou marcado indelevelmente em meu subconsciente a frase “o Vasco não será rebaixado novamente”, pronunciada em 2015 com tanta ênfase pelo atual presidente, que até hoje eu não acredito que caímos... Escolham qualquer desculpa (mas errei, mesmo...rsrsrs).



Saudações Vascaínas e até breve. 


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