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UMA TORCIDA ENVERGONHADA



O vascaíno  reconhece a importância de torcer para um dos maiores e mais tradicionais clubes sócio-desportivos do Brasil e do mundo. Isso faz com que, em troca do apoio incondicional, exija dos seus gestores uma administração moderna, limpa, transparente e de qualidade, que, com certeza, refletirá no desempenho da equipe de futebol, sua principal e mais popular atividade desportiva. 



Infelizmente esta não é nossa realidade e a administração do Vasco é chefiada por um presidente ultrapassado, autoritário e centralizador, motivo de chacota nacional e que não pode se esconder atrás da desculpa de dizer que foi um grande ídolo do clube, como seu antecessor. Dinamite foi fraco como administrador  mas foi forte como goleador. Eurico,  ao contrário,  sempre foi polêmico e controvertido, sempre envolvido em salseiros mal explicados, e forte, apenas, nas constantes bravatas que revelam alto nível de fanfarronice. Isso envergonha o torcedor, que se sente ludibriado por promessas nunca cumpridas, por decisões equivocadas, por omissões diversas e pela tradicional incompetência na escolha daqueles que o assessoram, especialmente parentes e apaniguados.



UM TIME SEM QUALIDADE



Quando um jogador inicia sua carreira ou é contratado para jogar no Vasco, ele tem que entender e respeitar a grandeza do Clube. É  preciso compreender seu passado de luta pela igualdade e justiça, motivo de orgulho e admiração do torcedor que, mesmo em dias sem brilho, permanece fiel à sua escolha.



A desesperança que nos assola me angustia, pois a história se repete com frequência irritante. A situação vem se reprisando sem que se vislumbre uma luz no final deste longo túnel. Por que temos que aceitar um time ruim após o outro? Houve época em que julgava que o desempenho em campo estava relacionado a fatores emocionais como motivação e tranquilidade, e que atleta profissional que não recebe salário regularmente, não produz a contento. Porém, se não for mais uma das bazófias do presidente, os salários estão em dia, o que desmonta meu raciocínio (psico)lógico. Pensei e concluí pela única opção viável: como não falta combustível financeiro para os jogadores, falta qualidade! E de quem é a culpa? 



SÓ PARA EXEMPLIFICAR



Não consigo entender o critério do Vasco para contratar atletas. A impressão que tenho é que não há critério, senão vejamos minha sucinta opinião sobre alguns deles que jogaram contra o Criciúma: 



MADSON: erra passes simples, não sabe cruzar, não sabe finalizar e marca mal. Não decide e nem acrescenta qualidade à equipe. O que mais me desagrada é  a cara de choro que faz quando erra (e isso acontece sempre...)

 LUAN: se passar mais um ano no Vasco, ao lado de tantos maus exemplos, acho que desaprenderá o pouco que conseguiu aprender.

RODRIGO: beque de roça, inseguro e destemperado. Acha que precisa se impor na força. 

JÚLIO CESAR: não consegue acompanhar ninguém, marca mal e ataca mal, dando a impressão que se convenceu que está no final da carreira.

YAGO PIKACHU: o treinador não conseguiu definir sua posição. O pobre coitado parece um cego em tiroteio. Não resolve nada e é pouco produtivo.

DIGUINHO: erra tanto, que custo a acreditar que seja um jogador profissional. Comete tantas faltas que é, sempre, um candidato a expulsão. 

ANDREZINHO: esqueceu que qualidade técnica só funciona quando resulta em benefício para a equipe. Perde muita bola porque parece desatento.

BRUNO GALLO: parece que joga com a certeza de que estará na nau que zarpará de São Januário.

JUNIOR DUTRA: se joga o que aparenta quando entra, então não joga nada...

THALLES: irritante. Não acerta o gol e quando acerta é o melhor “atrasador” de bola para o goleiro adversário. Confiar nele como o finalizador que decide jogos é a mesma coisa que gastar dinheiro da loteria antes de jogar...

DOUGLAS: está no caminho de muitas promessas do Vasco: após um leve brilhareco, desaprende e vai recomeçar em outra equipe.

NENÊ: ótima técnica mas parece pneu careca: vive derrapando. Usa a experiência para tentar ganhar faltas já que o gás não dá para 90 minutos. 



Não vou analisar os demais atletas do elenco para não me estender. Limito-me aos que jogaram contra o Criciúma. Mas estes já servem para exemplificar o quão errado e amador é o critério de contratação de atletas para compor um time. Vamos chegar ao final do campeonato e não temos uma opinião predominante sobre qual a melhor escalação do Vasco. A tristeza é ter que imaginar que muitos deles podem estar aqui ano que vem... e, talvez, frequentando a segunda divisão...



A FALTA DE VERGONHA



Falta de dinheiro e orçamento fictício resultam na dependência de fontes suspeitas para alimentar o quadro de atletas. Contratar de qualquer maneira passa a ser mais uma necessidade de sobrevivência para evitar pressão das arquibancadas do que uma tarefa programada dentro das boas regras administrativas. A dificuldade de conseguir investidores, sejam patrocinadores ou uma quantidade suficiente de sócios pagantes, acaba por debilitar o clube, transformando-o em presa fácil para a matilha de agentes de jogadores, especializada em “encaixar” seus representados menos aquinhoados em clubes de expressão. Estando na segundona, falta vergonha, dinheiro e moral para exigir categoria dos atletas. Assim, o nível é  baixo e o resultado também. 



A FALTA DE TREINADOR



Quando você é contratado para realizar um trabalho, espera-se que ao exercer sua expertise, a instituição alcance o resultado esperado. Se o objetivo é retornar à primeira divisão, essa é sua missão. Se há quatro possibilidades entre vinte possíveis, isso lhe obriga estar entre os vinte porcento que alcançarão o acesso à categoria principal do futebol brasileiro. Essa é a luz no final do túnel que a comissão técnica nunca enxergou. Iludiram-se, achando que era fácil subir e não se preocuparam em fazer um trabalho consistente. Por sorte (e descuido dos demais concorrentes) o Vasco largou na frente e pôde queimar gordura num segundo turno pífio, onde nunca conseguiu se encontrar como time, muito menos reagir.



Trocentos jogadores (alguns jovens e outros nem tanto) foram jogados aos leões, testados de forma errada, sem oportunidade de desenvolver suas habilidades e, principalmente, sem chance de se recuperar de um mal desempenho. Alguns deles, com certeza, veremos ajudar outros clubes a conseguir vitórias  (o Vasco é mestre nisso). Outros tantos nunca chegarão a brilhar. O erro do treinador e sua equipe técnica acabou misturando alhos com bugalhos. 



Para a administração era mais importante mostrar as novas instalações do centro de reabilitação e projetar seus criadores do que, realmente, fazer um diagnóstico do desempenho de cada jogador. A construção de um campinho de treinamento, quase enfiado embaixo da arquibancada, foi outro trabalho de maquiagem bem feito.  Porém, quando e por que Jorginho perdeu a mão, nunca saberemos (quiçá nem ele).



A FALTA (OU  INCOMPETÊNCIA) DO CHEFE



A realidade é que o treinador tem um chefe, responsável por contratá-lo e promover condições para que possa realizar seu trabalho com proficiência. Se isso não  acontece, o principal  culpado é o próprio presidente. Na França de outrora, quando a coisa desandava,  o Rei perdia a cabeça. Assim como naquela época, o hoje também “rei de São Januário” tenta se salvar, utilizando métodos impiedosos de gerência, como o autoritarismo e a centralização, recheados de intervenções inadequadas, repletas de bravatas jogadas ao vento. Quem não se lembra dos “cinquenta anos de experiência  no futebol” ou do “respeito voltou” ou, ainda, do ”comigo o Vasco não cai”, entre dezenas de outras promessas vãs? Infelizmente, papo furado e lorota não ganham jogo.



Meu raciocínio é logico: reconheço os 50 anos de vivência no esporte do presidente mas exijo que faça um balanço entre o que ganhou durante essa vida “dedicada” ao esporte e o que o Vasco lucrou (ou perdeu). Ele se projetou usando o Vasco como pano de fundo, (coisa que sempre quis, desde que pisou no clube pela primeira vez). A visibilidade que o Vasco oferece, associada ao seu espírito combativo de bufão, foi suficiente para conseguir torná-lo Deputado Federal, com um eleitorado que acreditou no seu discurso, até cair na real. E isso demorou bastante! Porém, depois de demonstrar ser extremamente avesso a aceitar críticas e prestar contas a quem devia (torcida/sócios), a máscara caiu e as dívidas se avolumaram.



Todos os títulos que diz ter conseguido (eu acho que poderia abiscoitar mais), não trouxeram tanta alegria quanto nos traz a tristeza dos fracassos, que, com certeza, nos custarão, ainda, muitos anos de sofrimento. Somados aos prejuízos causados pela administração Dinamite, diria que o sofrimento exigirá que os amantes do Clube se derramem em prantos antes de verter lágrimas de felicidade. Houve época em que me considerava um pessimista de carteirinha mas os anos foram passando e me considero, atualmente, um realista consciente, cujas promessas vãs não me permitem abaixar a guarda.



A FALTA DE ESPERANCA 



Infelizmente o Vasco ainda não é um clube com mentalidade e administração modernas. O ano de 2017 é um ano de eleição no clube e até lá prevejo muitas turbulências, sem previsão de harmonia e concordância entre as correntes de oposição e o senhor feudal.



Em próximos artigos comentarei sobre as possibilidades que antevejo para a administração vindoura. Agora é hora de torcer pelo retorno. Mesmo triste, espero que a torcida (não os que pegaram carona na desgraça para ganhar viagens de graça) unida, possa empurrar o Vasco de volta à primeira divisão, de onde nunca deveria sair mas onde as trágicas administrações insistem em colocá-lo.



Saudações Vascaínas e até a próxima!


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