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O título, versos dos baianos Antonio Carlos e Jocafi, é também uma homenagem aos baianos que estão fazendo sucesso nos jogos olímpicos.

Mas realmente me perdoem se insito neste tema, mas não dá mais pra aguentar esse cortejo fúnebre que leva o futebol brasileiro pra cova. Eu peço aos profissionais da verdadeira imprensa guerreira brasileira que se mexam pra fazer alguma coisa ou que façam uma pressão pra que algum dirigente de algum clube brasileiro faça alguma coisa em relação ao nosso futebol.

Desde que a Europa tomou conta desse esporte aqui no Brasil, sofremos com a mediocridade (não só no Brasil, mas no mundo inteiro) e só conseguimos nos últimos anos revelar Neymar Jr, que teria que primeiro engraxar as chuteiras do Dener pra ser considerado um craque na acepção da palavra. Primeiro que craque pra mim é quem é capaz de botar a bola de baixo do braço e resolver o jogo. Esse é o craque. O cara pode ter habilidade de fazer embaixada com o nariz, dar 3600 elásticos num jogo só, mas se não souber ou tiver capacidade de resolver um jogo, pra mim não é craque. 

Eu cito sempre o Dener nos comentários porque o considero um iluminado pro futebol na forma humana e normal. Pelé não é normal, Pelé é um ser de outro mundo que não acontecerá novamente de aparecer outro igual. Quem compara qualquer jogador normal a Pelé corre o risco de estar cometendo, quiçá, uma heresia. Estou falando do Pelé, não do Edson, ok?

Tivemos no Brasil craques como Tostão, Rivelino, Zico, Roberto Dinamite, Dirceu, Romário, Edmundo entre tantos e tantos outros, assim como tivemos também alguns "fabricados" pela mídia mal intencionada e que não vale a pena citá-los. Esse mundo de dinheiro e ambição que circunda o futebol (que queiram ou não rende uma grana preta) relega os verdadeiros craques que estão lá nas peladas da Baixada, nos campos de São Gonçalo, no interior dos estados, em favorecimento aos "almofadinhas" que já vêm prontos e indicados e com políticos e empresários espertos e igualmente prontos pra dar voltas nos clubes e às vezes até no seu próprio cliente (o jogador). Pois bem, os dirigentes reclamam muito da famigerada Lei Pelé, mas fato é que até agora nada fizeram pra reverter esse quadro, ou seja, ir à Brasília e pressionar definitivamente por uma mudança nessa Lei. O que eles querem que o torcedor pensem a respeito? Que estão coniventes com a situação, certo? Não há como pensar em outra coisa! Há que se abrir um parêntese pra dizer o seguinte: é claro que alguns desses "almofadinhas" que citei até são bons jogadores, a minoria, mas são,mas também não passam disso. 

Mas a verdade é que ficamos reféns de uma TV que não nos quer nos estádios e sim em casa assistindo os jogos no sofá. De empresários que ficam cada vez mais ricos pegando nosso garotos "na raíz" e transformando eles em jogadores europeus "cadeiras duras" antes que sejam adultos e se transformem em Edmundos, em Romários, enfim, em craques. Ficamos reféns também de uma imprensa mal intencionada que faz de tudo pra que as nossas crianças vistam a camisa do Barcelona ou do Real Madrid ao invés da camisa do clube pelo qual elas realmente torcem. Traduzindo: "sentem as crianças no sofá com a camisa do 'Barça' pra assitirem o jogo do Vasco que vai passar ao vivo no 'Premier não sei das quantas' e mostrem a elas que bom é o poderoso futebol europeu."

Eu não sei vocês pra mim isso dá vontade de vomitar...

Com toda situação econômica do país, com toda crise, com toda moeda desvalorizada, o Brasil sempre teve craques. Hoje tem Neymar Jr... 

E aí me perguntariam, onde o Vasco entra nessa história? 

Respondo o seguinte: o Vasco tem um elenco que se adapta hoje a essa história toda de futebol moderno graças a uma dupla de caras inteligentes que sacaram o momento do futebol atual e fazem um time mediano rodar. Quem conheceu Mário Travaglini, técnico campeão brasileiro de 1974, sabe que é possível. Não quero comparar nomes que não vai levar a nada, mas por mais que se critique a média alta de idade do time do Vasco, como eu próprio critico, não se pode negar a eficiência da experiência aliada a obediência tática. Claro que a idade pesa e não dá pra ficar com uma média tão alta o tempo todo, há que se mesclar com juventude. Mas o que quero chamar a atenção é para a solução encontrada. Você entrega para o treinador ou treinadores, jogadores que sabem jogar, porém estão com uma idade acima da média. Eles vão enfrentar garotos de 18 a 25 anos de idade em diversas condições e situações. Os treinadores então, exploram toda a experiência que eles têm, inclusive a capacidade de se adaptar a diversas funções dentro de cada esquema para cada partida e de fazer a bola correr e não eles. Pronto, você tem um time competidor. Que não ficou invicto tanto tempo à toa. 

Mas eu não me esqueci do que comecei a falar.

Se quisermos ter de volta o futebol brasileiro, precisamos deixar as sementes crescerem aqui. Como já disse em alguns comentários anteriores, qualquer reforma que se quiser fazer no futebol tem que se começar reformulando a Lei Pelé. Claro que não é só isso porque temos uma mídia poderosa "abraçando" cada vez mais os clubes com um abraço de tamanduá, obviamente permitido e anuído pelos próprios dirigentes de clubes. Mas isso já seria um bom passo. 

Saudações Vascaínas!!!


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