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Pedindo licença a Érico Veríssimo onde quer que ele esteja, para utilizar um subtítulo de uma obra tão importante na literatura brasileira.

O Capitão Rodrigo, o do Vasco, eu escolhi escrever sobre ele por várias razões, entre elas, a de eu ter sido um crítico ferrenho logo que ele chegou a São Januário. Eu reclamava demais das suas entrevistas e pedia que ele jogasse mais do que falasse. Creio eu que falando e provocando ele tentava compensar a forma física que ainda não correspondia. O tempo foi passando e conforme foi adquirindo condições mais adequadas de jogo, foi se revelando um jogador maduro, experiente, malandro e com os atalhos do campo todos na cabeça. Até as entrevistas melhoraram, sem deixar de ser provocador, mas com mais consciência e atitude, sendo hoje um jogador que veste a Cruz de Malta com muito orgulho, pois sabe que está fazendo pelo Vasco o que o Vasco também fez e faz por ele. Tem com isso, o reconhecimento do torcedor que começou a entender o que o Capitão pretende com todas as "milongas" dentro e fora de campo. 

Uma outra razão é que, se repararmos bem, com o Jorginho/Zinho no comando, ele passou a jogar mais para o time. Não raro se vê o Capitão Rodrigo combatendo na lateral ou cobrindo as indecisões do de los Santos. É, hoje, sem dúvida, pelo menos no Rio de Janeiro, o melhor zagueiro de área pelo seu lado (esquerdo).

E justamente essa é mais uma razão pela qual escolhi expor minha modesta opinião sobre esse jogador. Ele é muito bom pela esquerda, assim como o Luan é muito bom pela direita, mas quando acontece, como ontem, de ter que trocar, pela entrada do Vaz que só joga também pela esquerda, ele fica "capenga". Como se trata de um jogador com fibra, ele não deixa a peteca cair, mas não é o mesmo do que jogando no seu lugar certo.

A outra razão, e mais pessoal, é porque ele me lembra muito um amigo que jogava pelada conosco e era muito bom de bola. Não chegou a ser profissional porque o vício do álcool infelizmente foi mais rápido do que a vontade dele e o levou ainda novo. A malandragem, a manha, a experiência do cara decidiam às vezes as partidas. O Rodrigo não se parece tanto com ele fisicamente, apenas lembra, mas todo o jeito de bater na bola, de cavar faltas, de encurtar os caminhos e superar a falta de velocidade, têm a ver com esse amigo.

Eu desejo que o Capitão Rodrigo, o do Vasco, encerre a carreira em São Januário, até porque ele tem muita coisa pra ensinar pros garotos que estão chegando. Parece que essa safra de garotos não tem um bom número de zagueiros de área. Mas os que forem, espero que aproveitem a companhia do Capitão pra se aperfeiçoarem. Quem lembra do Dedé quando chegou em São Januário, há de convir que não tem comparação com o Dedé que a torcida passou a chamar de "O Mito". Portanto, por mais que a quantidade não seja talvez a ideal, esperamos que em qualidade possam surgir, mesmo que um ou dois, Dedés ou Rodrigos. Pra isso espero que o Capitão esteja aí conosco nessa batalha. Só o Tempo e o Vento que sopra em São Januário dirão.  

Parabéns pelo título invicto!

Saudações Vascaínas!!!

Marcos Souza


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