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Sacrifícios de quem ainda acredita Sacrifícios de quem ainda acredita
Foto: UOL

Hoje é dia de Vasco. Jogo contra a Chape às 19:30 em uma quinta-feira exige esforços para o torcedor assistir pela televisão e ainda mais pra quem vai ao Maraca. Sim, enfrentar o trânsito da hora do rush no Rio numa quinta-feira depois de sair do trabalho pra assistir ao jogo é teste de paciência. E o prórpio jogo de hoje será teste pra cardíaco. Ou seja: Após o jogo, os sobreviventes torcedores terão sido muito mais que heróis. Mais do que qualquer jogador do Vasco, que ora entra ora sai do clube, o torcedor é patrimônio; o legado que esses jogadores deixarem esse ano nos perseguirá no futuro, ao passo que muitos deles estarão em outro clube ano que vem principalmente se a queda acontecer.

Eu moro no interior do estado do RJ, a rotina daqui não é tão corrida quanto na capital e hoje chegarei em casa por volta das 19:00. É tomar um banho de gato, trocar de roupa e ir pra frente da TV roer as unhas. O problema é que ontem, num breve lapso de memória, acabei prometendo à minha esposa que a levaria para jantar fora hoje. Obviamente, hoje cedo me lembrei que não poderei honrar com a promessa. Vocês já sabem e eu principalmente sei o que vai acontecer... No entanto, muitas vezes me pergunto: todo esse sacrifício vale a pena? Se indispor com a esposa, ficar na frente da TV, fazer sacrifícios para chegar ao estádio, enfrentar trânsito, filas, tumultos... Sinceramente, em termos de custo benefício, não tem valido a pena. Respeito se você pensa ao contrário, mas essa é minha opinião. Embora nos últimos jogos o time tenha nos dado um fio de esperança, o saldo no ano é mais do que negativo e as decepções se acumularam. A torcida cansou de lotar estádio pra ver o time andar em campo contra o Joinville e perder jogos contra Coritiba e Figueirense.

Espero que hoje os sacrifícios valham a pena. Naturalmente, alguns sacrifícios são maiores do que os outros. Meu amigo Chitão, vascaíno doente, faxineiro da empresa em que trabalho, chegou hoje com a camisa do Vasco e zoando a mulambada pela armação de ontem contra o Figueira. Só que se o Vasco der vexame hoje, amanhã ele nem vem trabalhar de tão deprimido que ele fica. Ele só tem o ensino fundamental e se perder esse emprego, terá difuldades de arrumar outro ainda mais nessa crise. Claro que é apenas um jogo. A vida continua e não justifica comprometer qualquer aspecto dela por isso. Mas é o que fazemos, mesmo sabendo lá no fundo que pode não valer a pena. Por isso, que Andrezinho, Nenê, Leandrão e Cia. façam de tudo pra vencer e honrar cada um desses sacrifícios em campo. E que no final do ano, após tantas chacotas, se não tivermos motivos para sorrir de canto a canto, que pelo menos não tenhamos motivos para chorar...

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